As histórias de Colatina, Governador Lindemberg, Marilândia, São Roque do Canaã e Vila Valério
Ouça a participação do comentarista Rafael Simões

"Espírito Santo: Que História É Essa?" - Episódio 6. Crédito: Arte/A Gazeta
Nesta edição do "Espírito Santo: Que História É Essa?", o comentarista Rafael Simões chega à chamada microrregião 8 do Estado, do Centro-Oeste. Com destaque para as cidades de Colatina, Governador Lindemberg, Marilândia, São Roque do Canaã e Vila Valério. Vamos às histórias:
Colatina:
Colatina era paulista, da cidade de Campinas, nascida em 24 de novembro de 1864. Era filha de Sebastião José Rodrigues de Azevedo e de Colatina Soares de Azevedo, filha do capitão Joaquim Celestino de Abreu Soares, Barão de Paranapanema, e de sua primeira esposa Joaquina Angélica de Oliveira. Participou dos eventos sociais e culturais mais significativos da sociedade paulistana, foi quando então conheceu José de Mello Carvalho Moniz Freire, que seria mais tarde governador do Espírito Santo por duas vezes, com quem casou e teve dez filhos. Colatina foi uma mulher que marcou presença na cultura capixaba e tem o seu lugar na Academia Feminina Espírito-santense de Letras (AFESL). Em Vitória, ela tocava e interpretava, ao piano, as composições mais famosas dos mestres da música.
Foi homenageada com o nome à Vila de Colatina, no dia 9 de dezembro de 1899, pelo desembargador Afonso Cláudio. Em discurso, ele disse: "Esta homenagem à paulista, certamente, tornará próspera a futura cidade". Os indígenas denominados Botocudos dominaram a área de floresta do Rio Doce até São Mateus, além de parte de Minas Gerais, por três séculos, desde a primeira entrada no rio Doce, ocorrida por volta de 1572, chefiada por Sebastião Fernandes Tourinho, rumo a Minas Gerais.
Eles começaram a desaparecer a partir de 1921, com o desenvolvimento de Colatina e a sua emancipação política do município de Linhares, ao qual pertencia, e a onda de povoamento da Região Norte começou a partir da construção da Ponte Florentino Avidos, em 1928. Em 1857, o engenheiro Nicolau Rodrigues dos Santos França Leite, trouxe colonos portugueses, franceses e alemães para morar entre as barras dos rios São João e Pancas, que chamou de Francilvânia, nome que alguns chamavam Transilvânia e que acreditam ser a origem do atual bairro São Silvano. Mas eles só ficaram três anos, pois as propriedades foram destruídas e as famílias expulsas pelos indígenas.
Em 1876, italianos, alemães, suíços e poloneses, e também brasileiros, foram se instalando rumo ao rio Doce, formando propriedades agrícolas. Em 1888, já era elevada à Vila a antiga sede do Núcleo Colonial "Senador Antonio Prado", era o povoado de Mutum, hoje Boapaba. Os distritos de Baunilha e Itapina começaram a se desenvolver a partir de 1906 com a chegada da Estrada de Ferro e dos italianos, alemães, poloneses e brasileiros de Minas Gerais. O bairro Colatina Velha é o berço da cidade de Colatina. Em 1890, foi instalado para o Governo, o Barracão do Rio Santa Maria, que cresceu e se tornou um povoado. Em 1892, surgiram as primeiras casas. Em 1899 recebeu o nome de Vila de Colatina.
A Vila foi crescendo a partir de 1906 com a inauguração da Estação da Estrada de Ferro, e iniciada a comunicação direta com Vitória. O desenvolvimento econômico daqui abalou Linhares e fez com que todo o comércio de grande parte de Minas Gerais e do Espírito Santo, que era feito em Linhares, passasse a ser feito em Colatina. A partir daí surge um movimento em favor de Colatina, liderado pelo coronel Alexandre Calmon, "o Professor Xandoca", que transformou Colatina em sede do município, e não Linhares. Em 1907, Colatina continuava como Vila, mas contava com a Câmara Municipal de Linhares e a Comarca do Poder Judiciário.
No dia 30 de dezembro de 1921 foi criado o município de Colatina, separado de Linhares. E a situação se inverteu, com Linhares passando a ser Vila subordinada a Colatina, e só se emancipando em 1945.
PONTOS TURÍSTICOS:
Avenida Beira-Rio: A avenida Beira-Rio é o local preferido dos colatinenses para as caminhadas nas manhãs, tardes e até mesmo à noite, pois conta em todo o seu percurso com o rio Doce, a Ponte Florentino Avidos e o pôr-do-sol. A paisagem proporciona aos caminhantes um grande espetáculo.
Estátua do Cristo Redentor: Inaugurada pela Prefeitura em 1975, no bairro Bela Vista, foi construída pelo arquiteto, desenhista, pintor e escultor autodidata, Antônio Francisco Moreira, e considerada na época a segunda maior estátua do Brasil, ficando atrás apenas da do Cristo Redentor do Rio de Janeiro. Tem altura total de 35,5 metros. A altura da estátua é de 20 metros, o pedestal mede 15,5 metros, o comprimento das mãos tem 1,80 metro e a largura de braço a braço é de 40 metros.
Ponte Florentino Avidos: Foi inaugurada em 1928 e com ela ocorreu a efetiva colonização da Região Norte do Estado. Foi implantada para a construção da Estrada de Ferro Norte do Rio Doce, de Colatina a São Mateus, que não foi concluída.
Pôr-do-sol: O Pôr-do-sol de Colatina foi classificado na década de 60 pela revista americana Time, como um dos mais bonitos do mundo. Nas tardes quentes do verão, ou mesmo nas outras estações com muito sol e calor, surgem no horizonte em torno do sol poente as cores amareladas, avermelhadas, azuladas, lilases e de muitos outros tons que fazem um espetáculo, emoldurando a paisagem da cidade.
Praça Sol Poente: A Praça Sol Poente é o principal centro de lazer e cultura de Colatina. Ela está situada numa área de 20 mil metros quadrados, que fez parte do percurso da Estrada de Ferro Vitória a Minas, até 1975, quando os trilhos foram retirados do centro da cidade. Conta com símbolos remanescentes da Estrada de Ferro, como os prédios da antiga estação ferroviária, um armazém (Biblioteca Pública Municipal) e ainda um antigo vagão de trem.
Catedral do Sagrado Coração de Jesus: A partir da Lei nº. 5.246, sancionada em 25 de outubro de 2006, a Catedral Sagrado Coração de Jesus, antiga igreja matriz, tornou-se o mais novo patrimônio histórico municipal, uma área de preservação histórica, artística e cultural. Padre Geraldo Meyers foi o responsável pela construção. Ela passou a ser denominada Catedral no final da década de 80, quando o Papa João Paulo II criou a Diocese de Colatina. O engenheiro responsável pela planta da matriz foi Calixto Benedito, o mesmo que projetou o Santuário de Aparecida, em São Paulo, e o construtor foi Ludovico Dalla Bernardina. A Catedral conta com vitrais, sinos, relógio e duas torres. As paredes são feitas com enormes vitrais coloridos com motivos religiosos e passagens bíblicas trazidas da Europa.
Rio Doce: Passa por todo o centro da cidade e impressiona os visitantes pela largura, que é de aproximadamente 750 metros. É o maior rio do Estado, com vazão de 990 metros cúbicos por segundo. Sua nascente está nas Serras da Mantiqueira e Espinhaço, em Minas Gerais; e suas águas percorrem 875 quilômetros de extensão até à foz, desaguando em Regência, Linhares.
Governador Lindemberg:
Com uma extensão territorial de 360,4 Km², localiza-se ao norte do estado do Espírito Santo, aproximadamente 200 Km da capital Vitória. O município é constituído pelos distritos de Governador Lindenberg (sede), Novo Brasil, Moacir Ávidos e Morello. O município possui um relevo montanhoso com algumas regiões de várzeas. O clima é quente, com temperaturas médias de 28 a 30 graus centígrados. A cobertura vegetal é composta por remanescentes da mata atlântica, pastagens nativas e formadas, lavouras, principalmente de café e coco.
A parcela preponderante de renda da população provém da agricultura do café, principal fonte de renda. A pecuária vem em segundo plano. Atualmente, um dos grandes problemas enfrentados pelos agricultores são as secas periódicas, que atingem toda a região, trazendo enormes prejuízos, sobretudo para a colheita do café. Paralelamente ao período seco, estão a baixa produtividade e baixo preço dos produtos, consequente descapitalização dos agricultores. Soma-se a isso a degradação do solo, intemperismo, sendo necessário capacitar os agricultores com cursos básicos para suprir suas necessidades e implantação de novas culturas.
Nesta forma de produção agrícola, a relação de trabalho predominante é a parceria (fora do período de colheita do café), caracterizando-se, fundamentalmente pelo esquema de partilha, a meação; existem ainda assalariados temporários (diaristas).
A introdução de culturas alternativas no município, como o coco, a fruticultura, são sintomas de uma reação dos produtores do município, que buscam em novas alternativas formas de retomar o processo de crescimento do município. Hoje se destaca, também, no município, a extração de granito.
Marilândia:
O começo do século XX se inicia a história do atual município de Marilândia. A região do interior do norte do estado esteve praticamente afastada da civilização por diversos motivos, entre eles a presença dos indígenas botocudos que impediam o estabelecimento de povoados. Marilândia está localizada nessa área e por isso possui uma formação histórica bem mais recente que dos demais municípios capixabas. Com o avanço da linha ferroviária Vitória a Minas a região passou a ser aos poucos ocupada e vários colonos foram se estabelecendo no local, trazendo inúmeras contribuições culturais e administrativas.
A ocupação do norte do Espírito Santo também ganhou impulso depois da construção da ponte de Colatina sobre o rio Doce, inaugurada em 1928. Com isso, a região passou a contribuir para a ampliação da economia capixaba, com várias áreas propícias para a cultura do café, o que impulsionou a rápida colonização do território e criação de novos núcleos de povoamento.
Graças aos avanços registrados na região, Marilândia também surge como resultado de colonização, recebendo a partir da década de 1920 os seus primeiros desbravadores. O território estava coberto de florestas, que foram sendo suprimidas para as lavouras cafeeiras. Conforme relatos escritos, surgiram as primeiras escolas que deram origem às atuais redes municipais e estaduais de educação. Em 1929, o pequeno povoado teve sua primeira escola e sua primeira professora foi oriunda da comunidade de Acioli, que pertence atualmente a João Neiva, D. Elvira Linhales. Sua construção era um barraco, que passou a ser utilizado também como capela, onde foi realizada a primeira missa pelo padre Salesiano Antônio Marsigalia.
O território ainda era desolado e a única via que o ligava ao exterior era a atual rodovia que liga o município a Colatina, inaugurada em 1932. Com mais áreas sendo ocupadas e colonizadas surgiram novos núcleos e construções que atraíram mais sacerdotes, como Dom Luiz Scortegagna, que começou a construção da igreja Católica Nossa Senhora Auxiliadora.
Marilândia crescia com recebimento de diversas famílias, especialmente as de descendentes de italianos, como Catelan, Passamani, Milanezi, Altoé, Fregona, Gava, Camata, entre outras. Tornou-se um importante distrito de Colatina, município da qual pertencia, conseguindo eleger dois vereadores em 1934. Com isso, foi possível atrair alguns investimentos de Colatina, conseguindo a cidade crescer muito, com aumento de escolas, unidades de saúde e até um correio.
Na década de 1950 as principais economias eram a cafeicultura e as marcenarias.
Em 1951, ocorreu a inauguração do 1º Grupo Escolar “Professor Ananias Netto”, onde funciona hoje a Escola de 1º Grau Escolar “Maria Izabel Falcheto”, e em 1952 recebeu a visita do Governador Jones dos Santos Neves, para a inauguração do 1º serviço de água de Marilândia. À medida que mais famílias iam chegando formava-se um povoado chamado Liberdade. Mais tarde, os padres salesianos, em visita a este povoado, deram-lhe o nome de Marilândia, que quer dizer “Terra de Maria” e adotaram Nossa Senhora Auxiliadora como Padroeira.
Um dos eventos mais importantes foi a inauguração em 1955 do Seminário Diocesano Imaculado Coração de Maria, que atraiu para Marilândia muitos estudantes para o sacerdócio, além de o mesmo prédio funcionar mais tarde a escola normal Ana Nery e a primeira escola de 1º e 2º graus Imaculado Coração de Maria, fruto do esforço do pároco Antônio Volkers, que se destacou como um defensor da educação e participou de muitos momentos históricos.
Surgem também várias vilas no território, com destaque para Patrão-Mor, São Pedro e Alto Liberdade. O distrito de Marilândia crescia e também o sonho de sua emancipação, motivado por ter atravessado por muitos anos precariamente e ter sido esquecido por Colatina. O dia 6 de agosto de 1979 foi criada uma comissão pró-desenvolvimento de Marilândia, da qual participaram os mais importantes nomes do distrito e foram traçadas as principais medidas para a emancipação político-administrativa, com busca de apoios de deputados estaduais. Mesmo com a produção de 40% de café em Colatina, Marilândia ainda não tinha condições legais para se emancipar.
Com a inclusão de outro então distrito colatinense Sapucaia no processo emancipatório comandado pela comissão e de apoio de importantes políticos capixabas como Gerson Camata, Marilândia conseguiu autonomia de Colatina se tornando um Município após o resultado de um abaixo-assinado que mostrou que a maioria dos moradores apoiava a emancipação.
O município foi criado pela Lei nº 3345 em 14 de maio de 1980, sancionada pelo então governador Eurico Vieira de Rezende, e publicada no Diário Oficial do dia 15 de maio, cuja data passou a ser comemorada como feriado municipal.
Após a emancipação, Marilândia teve que esperar mais três anos para ter seu primeiro prefeito eleito com organização de sua estrutura política e institucional. No pleito de 15 de novembro de 1982 foi eleito Dejacir Gregório Caversan no cargo de executivo marilandense juntamente com os primeiros sete vereadores do legislativo: Luiz Carlos Passamani, Hervécio Camata, José Carlos Milanezi, Maurício Bravim, José Claudecir Altoé, Aldir Comério e Roberto Arrivabeni. Soma-se a isso que o outro fato mais importante que marcou a história do município e que proporcionou um súbito desenvolvimento da cidade foi a vitória do mais ilustre morador de Marilândia, Gérson Camata, para o governo do Espírito Santo em 1983.
São Roque do Canaã:
Os primeiros colonizadores foram imigrantes italianos que desceram o vale do Canaã no século XIX, entre 1837 e 1880, fundando um povoado às margens do Rio Santa Maria e Rio Doce. Devido a aspectos da sua cultura, celebraram o nome do povoado de São Roque, santo protetor das doenças. Em 1883 criaram um oratório, onde se encontra erguida hoje, a Igreja Matriz. A paróquia, no entanto, somente foi criada oficialmente no dia 16 de agosto de 1953.
Depois de muita luta e já com a imigração alemã, desenvolveu o comércio agrícola e pequenas indústrias. Durante 120 anos era distrito de Santa Teresa, colaborando para o crescimento de toda a região Central-Serrana do Espírito Santo. Em 1995, desmembrou-se do município de Santa Teresa.
A cidade limita-se ao norte com Colatina, ao sul com Santa Teresa, a leste com João Neiva e a oeste com Itaguaçu. É cortado pelos rios Santa Maria do Rio Doce – que corta Santa Teresa, São Roque do Canaã e deságua em Colatina no Rio Doce – Rio Santa Júlia – Mutum e seus afluentes. Esses rios, sendo de montanhas formam diversas cachoeiras, merecendo destaque a Cachoeira do Dada e a do Melotti, entre outras.
Datas importantes:
02 de dezembro de 1982: através da lei estadual no 137/81, o povoado de São Roque passa a ser distrito de Santa Teresa.
25 de junho de 1995: é feita a consulta plebiscitária conforme determina o Decreto Legislativo no 02/95.
15 de dezembro de 1995: através da lei estadual no 5147, publicada no Diário Oficial de 18 de dezembro de 1995, é criado o município de São Roque do Canaã.
Vila Valério:
Em 1937, a Companhia Varsóvia de colonização abriu escritório no córrego Cedro, onde deu início a uma colonização na margem esquerda do rio São José, inclusive Vila Valério, antes pura mata, indo, posteriormente chegar na sede atual de Vila Valério no final da década de 30, indo até a divisa com Sooretama, entre os rios Barra-Seca e São José, próximos ao córrego Paraisópolis (linha polonesa). A colonização de Vila Valério começou a partir de 1943 pela companhia polonesa, chefiada pelo Engenheiro Boleslaw Stefan Ruszczycki, onde ficou responsável em demarcar as terras, um total de 2.000 alqueires como relatado por Virgílio Damião Bonella e João Alves Soares (uns dos primeiros moradores).
A colonização de Vila Valério, teve início em 1939 pelo engenheiro polonês Esteves Bonislau Riszcik, que chefiava a companhia polonesa para a demarcação das terras da atual Vila Valério. Devido à invasão da Polônia, em 1939, por Adolf Hitler dando início a segunda guerra mundial, não foi possível que os poloneses viessem para essa região. Foi então colonizada por mineiros e imigrantes italianos e pomeranos (Alemães) vindos do sul do estado.
Vila Valério recebeu esse nome em homenagem ao advogado polonês Dr. Walerjan Koszarowski que muito se empenhou em combater a malária (epidemia da época). Nasceu dos sonhos e da luta de brasileiros descendentes de alemães, italianos e mineiros que vieram para essa região na década de 40, dando início a colonização do seu solo.
Em 1953 Vila Valério é elevado a distrito (sede), por resolução da câmara municipal de Colatina. Já a parte hoje pertencente ao distrito de Jurama e São Jorge do Barra Seca pertenciam ao município de Linhares. Entre o ano de 1967 a 1971 (mandato de prefeito de São Gabriel da Palha, Eduardo Glazar) que chegou energia elétrica em Vila Valério.
Vila Valério, junto com o distrito de São Jorge da Barra Seca, pertencente ao Município de Linhares, tornaram-se município no dia 28 de março de 1994 (lei número 4.892), tendo se instalado em primeiro de janeiro de 1997. O município se destaca no solo capixaba, tendo como potencial econômico a produção de café conilon, eucalipto, pimenta do reino e coco, aos poucos esta mostrando que tem força e capacidade para se desenvolver e ampliar ainda mais as suas potencialidades.
Contamos ainda com uma cultura bem diversificada atingindo todas as etnias; dentro dos eventos culturais temos as tradicionais festas:
Festa do Coco;
Campeonato de Vôo Livre;
Corpus Christi;
Enduro de MotoCross;
Festa Religiosas de Padroeiros;
Festa de Nossa Senhora das Graças;
Grupo de Folia de Reis.
Festa do Café
[fontes: sites das prefeituras, Câmaras municipais e Wikipédia]
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Informações sobre a Região Nordeste do ES:
A microrregião Centro-Oeste é composta por dez municípios, a saber: Alto Rio Novo (7.434), São Gabriel da Palha (32.252), Vila Valério (13.728), Colatina (119.992), Baixo Guandu (30.674), São Domingos do Norte (8.589), Governador Lindenberg (11.009), Marilândia (12.202), São Roque do Canaã (10.889) e Pancas (18.893). A região ocupa 12,16% do território estadual e apresenta uma população estimada em 265.662 habitantes (IBGE, 2022), o que representa cerca de 7,1% da população total do estado. A região tem uma densidade média de 50,10 hab/km², se comparada à densidade do Espírito Santo, que é de 86,19 hab/km². Apresenta forte fator logístico de integração com a presença de uma das principais rodovias do Espírito Santo, BR 259, e a Estrada de Ferro Vitória a Minas. O município de Colatina se destaca no contexto da microrregião e área de influência pelo fornecimento de bens e serviços, especialmente na área da Saúde e Educação Técnica e Superior.
O PIB da microrregião corresponde a 5,33% do PIB estadual, sendo que na composição do PIB por setores, destacam-se as atividades de serviços, com 64%, seguido pela indústria, com 20%, impostos líquidos de subsídios sobre produtos, com 10% e, por fim, a agropecuária, com 6%. O PIB per capita da microrregião Centro-Oeste é de R$ 20.463,12, sendo que do Espírito Santo é de R$ R$ 27.487,45. Quanto aos maiores PIBs per capita da microrregião, destaca-se o município de Colatina, com R$ 26.270,72, seguido pelos municípios de São Domingos do Norte (R$ 25.862,16) e Baixo Guandu (R$ 20.780,92), nesta ordem. O menor PIB per capita da região é do município de Pancas, com R$ 9.047,41.
A receita liquida da microrregião Centro-Oeste é de R$ 2.327,46, que é próxima da receita líquida do estado do Espírito Santo (R$ 2.524,19). No contexto dos municípios que compõem a microrregião, a maior receita líquida per capita é a do município de São Domingos do Norte, com R$ 3.263,98, seguido pelos municípios de Vila Valério (R$ 2.828,21) e Alto Rio Novo (R$ 2.613,83). 1 O Índice Firjan, que define emprego e renda, apresenta nos municípios da microrregião Centro-Oeste valores entre 0,261 a 0,684, portanto, valores considerados de baixo (de 0 a 0,4) a moderado desenvolvimento (0,4 a 0,6). O maior Índice Firjan de Emprego e Renda é do município de Colatina, com 0,684, seguido pelos municípios de São Domingos do Norte e São Gabriel da Palha, com 0,597 e 0,556, respectivamente. Vale ressaltar que o município de Colatina apresenta o mais alto PIB per capita e o maior Índice Firjan de Emprego e Renda da região, mas uma receita líquida per capita média relativa de R$ 2.422,87.
Todos os municípios da região apresentam Índice Firjan de Saúde nas categorias moderado (0,6 a 0,8) e alto desenvolvimento (0,8 a 1). Os melhores Índices Firjan de Saúde referem-se aos municípios de Governador Lindenberg (0,934), seguido pelos municípios de Vila Valério (0,901) e Alto Rio Novo (0,889). O município de São Gabriel da Palha apresenta o menor Índice Firjan de Saúde, com 0,683. Quanto ao Índice Firjan de Educação, todos os municípios da microrregião Centro-Oeste estão bem posicionados na categoria alto desenvolvimento, cujos valores variam entre 0,899 e 0,805. O maior Índice Firjan de Educação também é do município de Governador Lindenberg, com 0,899, seguido pelos municípios de Marilândia e Colatina, com 0,897 e 0,888, respectivamente.
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que mensura o desenvolvimento humano com base em três dimensões – longevidade, escolaridade e renda –, apresenta para o Espírito Santo o valor de 0,740, considerado de alto desenvolvimento humano. O IDHM dos municípios da microrregião Centro-Oeste varia entre 0,746 e 0,664, valores considerados de alto (0,700 a 0,799) e médio desenvolvimento (0,550 e 0,699). O município de Colatina é o que apresenta maior IDHM (0,746), e em seguida, São Gabriel da Palha (0,709), Baixo Guandu (0,702) e São Roque do Canaã (0,700). Os demais municípios apresentam IDHM médio, sendo que o menor IDHM é do município de Alto Rio Novo (0,644). 3 O Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) é mensurado com base em três dimensões: Infraestrutura Urbana, Capital Humano, Renda e Trabalho. O indicador auxilia no enfrentamento das desigualdades e oportunidades.
O Espírito Santo apresenta um IVS baixo, de 0,274, portanto, o estado apresenta baixa vulnerabilidade. A maioria dos municípios acompanha o Espírito Santo com um IVS baixo (de 0,200 a 0,300), com exceção de Baixo Guandu, que apresenta um IVS médio de 0,304. Portanto, no geral, a microrregião apresenta baixa vulnerabilidade social.
Quanto ao atendimento dos serviços de saneamento da região, foram considerados três serviços básicos: abastecimento de água, coleta de lixo e coleta de esgoto. Os serviços básicos não estão universalizados, sendo que apenas 71% da população da microrregião é atendida por abastecimento de água da rede pública, 73% por coleta de lixo e 65% por coleta de esgoto. Em relação aos serviços de saneamento nos municípios, observa-se que Colatina lidera em todos os serviços com a maior cobertura da microrregião: maior percentual de abastecimento de água por rede pública, com 87,41%, coleta de lixo, com 89,81%, e coleta de esgoto, com 82,97%. O município de Vila Valério apresenta os menores percentuais de atendimento da microrregião nos serviços de abastecimento de água por rede pública, com apenas 32,71%, e coleta de lixo, com 35,20%. O município de Governador Lindenberg apresenta o menor percentual de coleta de esgoto, com 29,41%.
[fontes: IJSN, com dados de população atualizados com dados do IBGE 2022]