Conheça as histórias sobre os Monumentos à Comunidade Negra e ao Trabalho
Quem explica é o comentarista Rafael Simões

Monumento à Comunidade Negra. Crédito: Prefeitura de Vitória
Nesta edição do “Espírito Santo: Que História é Essa?”, o comentarista Rafael Simões traz como destaques a história do Monumento à Comunidade Negra e do Monumento ao Trabalho. Ouça a conversa completa!
- Monumento à Comunidade Negra: Representando uma casaca, instrumento musical típico do Congo, o monumento, de autoria de Ireneu Ribeiro, é um reconhecimento a importante contribuição do povo afrodescendente em favor do desenvolvimento e da cultura capixabas. Foi inaugurado em 2006. Fica na Av. Américo Buaiz, em frente à Assembleia Legislativa.
Para fazer as casacas se utilizam madeiras leves como a cacheta, o cedro, o pino, o bambu e o pendão da piteira. Madeiras de reflorestamento certificadas. A costela é feita de bambu, o corpo do pendão da piteira e a cabeça de outra madeira esculpida. A baqueta é feita de madeira resistente. A caixa acústica fica atrás da costela de bambu, é feita de pita. Arrastando a baqueta no bambu, tira-se o som.
A casaca é um instrumento tipicamente capixaba, a cabeça é feita para facilitar a empunhadura. Esse instrumento tem alguns significados diferentes. Os índios que os criaram, tinham uma religião totêmica e a casaca é um totem. Os negros o apropriaram à sua realidade de escravos, representando nos instrumentos os senhores de escravos, os fazendeiros, que eram agarrados pelo pescoço pelos negros e levavam pauladas nas costelas, o som era o grito do senhor.
Já havia escravizados africanos antes, talvez desde 1540, com o início do plantio de cana-de-açúcar. Pode-se afirmar sua presença, com certeza, desde 1550, conforme a arrematação dos bens de um feitor da capitania, pois nesse documento aparecem listados 12 escravizados.
No Espírito Santo, hoje, cerca de 11% da população é de negros e 51% de pardos.
- Monumento ao Trabalho: Feito de bronze e assentado em uma grande base de granito cinza, de autoria de Euclydes Fonseca. Representa a figura de um trabalhador braçal, de dorso nu, com um martelo de cavouqueiro na mão direita, numa atitude de quem bate num piquete que segura com a mão esquerda trabalhando numa rocha. Fica na Praça Ubaldo Ramalhete, Centro Histórico. Cavouqueiro é aquele que trabalha em pedreiras.
[fonte: prefeitura de Vitória]