Dá para pagar conta de luz com criptomoeda?

Quem explica é a comentarista Neyla Tardin

Publicado em 18/03/2022 às 11h49
Bitcoin: cotação da criptomoeda ultrapassa R$ 200 mil
Criptomoeda . Crédito: Pexels

As criptomoedas estão ganhando um papel fundamental na economia mundial. Ao investidor, não cabe mais ficar indiferente: já passou da hora de avaliar a possibilidade de ter Ethereum (ETH) ou Bitcoin (BTC) na carteira. Pesquisa da Fundstrat Global Advisors, entidade de pesquisa em finanças sediada em Nova York, informou que investidores de venture capital compraram em torno de US$ 4 bilhões em criptomoedas, nas últimas três semanas de fevereiro deste ano. Em crises bélicas, econômicas ou sanitárias, as moedas digitais podem se tornar um refúgio para o investidor que deseja desviar-se de sanções ou de restrições de circulação da moeda oficial.

O bitcoin, na visão de alguns analistas, é uma promessa para 2022. Mas é preciso estômago, o sobe e desce do preço da moeda é extraordinário. O bitcoin já chegou a oscilar 20% em um único dia. Um bitcoin vale hoje, 18 de março de 2022, quase R$ 205 mil. Isso mesmo. Então R$ 100 mil equivalem a 0,50 centavos de bitcoin. Em moeda americana, um bitcoin está cotado a US$ 40 mil, a preço de hoje.

Muitas empresas no mundo já aceitam pagamentos em bitcoin, talvez a mais conhecida criptomoeda no mundo. A construtora Tecnisa, no Brasil, aceita bitcoin para o pagamento da entrada dos seus empreendimentos imobiliários desde 2014. Há clínicas veterinárias e estúdios de tatuagem que também aceita bitcoin em São Paulo. A Microsoft e a Coca-Cola são outros exemplos de companhias que aceitam negociar em bitcoin com fornecedores.

Dias atrás, o empresário Roberto Justus declarou ter recebido criptomoedas como pagamento por um imóvel que valia milhões de reais. Ele recebeu as criptos, fez a conversão ao mesmo dia para o real, em uma operação que durou minutos. Dá para comprar imóvel e pagar conta (sim, boletos de água, luz, telefone, por exemplo) com criptomoeda também.

Alguns aplicativos podem ajudar no pagamento dos boletos com bitcoin ou criptomoedas. Primeiro, você precisa ter conta em uma gateway de pagamento, que são as intermediadoras. Conheço bem a Paguecombitcoin.com, mas há outras que você pode pesquisar: LunesPay, Kamoney, Bitbol, GlobalMoney Trading. Basta copiar o código do boleto (aquela sequência de números acima da barra) e colar no aplicativo. Após o pedido de pagamento, a plataforma em geral disponibiliza um endereço para você realizar a transferência do bitcoin. Em seguida, o pagamento é confirmado. Claro, não há almoço grátis. As gateways cobram taxas por isso, que podem chegar a 4% do valor negociado, ou R$ 1 por boleto pago, enfim, as taxas de cobrança mudam bastante entre os portais.

Para pagar qualquer conta com criptomoeda, você precisa ter essa moeda em carteira, em uma exchange (corretora de criptos). Algumas delas: Mercado Bitcoin, Foxbit e Binance. Basta criar uma conta nessas plataformas. Para transferir os reais da sua conta bancária tradicional (os bancões ou fintechs) para essas exchanges, você fará um pix. As exchanges geram um QRCode que facilita a transação.

Olha, esse mundo é novo. Cuidado com as tentativas de golpe, elas são muitas nesse universo, uma vez que falta regulação para a criptomoeda. Não entre em exchanges desconhecidas e procure sempre o canal de atendimento do Banco Central em caso de dúvida. Ouça a análise da comentarista Neyla Tardin.