Casagrande e a "escolha óbvia" para o Ministério Público do ES
Promotores e procuradores de Justiça elegeram três nomes e governador escolheu um deles para comandar a instituição
A partir do dia 2 de maio, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) vai ser chefiado, institucionalmente, pelo promotor de Justiça Francisco Berdeal. Ele ficou em segundo lugar na lista tríplice eleita pelos membros do MP e foi escolhido, na última quinta-feira (28), para ser o novo procurador-geral de Justiça pelo governador Renato Casagrande (PSB). No páreo, também estavam os promotores Pedro Ivo de Sousa, o mais votado, e Maria Clara Mendonça Perim. Na prática, a soma dos votos dos dois, que fazem oposição à atual gestão, mas são de grupos diferentes, superou os destinados a Berdeal. Este, por sua vez, foi apoiado pela atual procuradora-geral, Luciana Andrade, era o candidato da situação. Isso quer dizer que o novo chefe do MPES vai começar a gestão sabendo que a maior parte dos promotores e procuradores de Justiça, se tivesse a palavra final, preferiria um nome diferente do dele e, mais que isso, que não representasse a continuidade da administração. O mesmo grupo comandava o MPES havia, ao menos, 12 anos. Em 2024, entretanto, houve uma divisão. O ex-procurador-geral de Justiça Eder Pontes, hoje desembargador do Tribunal de Justiça (TJES), endossou, nos bastidores, o nome do promotor Danilo Raposo na corrida, enquanto Luciana Andrade apoiou Berdeal. Os detalhes deste cenário você ouve na análise da comentarista Letícia Gonçalves.