Conheça as histórias de Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Pancas, São Domingos do Norte e São Gabriel da Palha
Ouça detalhes na participação do comentarista Rafael Simões

Nesta edição do "Espírito Santo: Que História É Essa?", com o comentarista Rafael Simões, o destaque vem da chamada Microrregião 8, Centro-Oeste do Espírito Santo, com as cidades de Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Pancas, São Domingos do Norte e São Gabriel da Palha.
Vamos às histórias:
Alto Rio Novo:
Localizado na região noroeste do Estado do Espírito Santo, o Município de Alto Rio Novo é conhecido como a “Cidade do Bom Café”. A história do município começa a ser escrita em abril de 1921, quando uma expedição de colonos, liderada por José Marques da Silva e José Ludjério da Silva, partiu de Aimorés, Minas Gerais, em busca de novas terras para se estabelecer. Após explorar a nascente do Rio Bananal e subir a Serra da Cangalha, o grupo encontrou um rio até então desconhecido, batizando-o de “Rio Novo”. Ali, às margens desse rio, nascia o povoado que mais tarde daria origem à cidade de Alto Rio Novo.
Os primeiros moradores dedicaram-se ao cultivo de milho, feijão e arroz, atividades que garantiram a subsistência das famílias pioneiras. Em 1925, iniciou-se o plantio do café, que rapidamente se tornou a principal atividade econômica da região. Ao longo das décadas, Alto Rio Novo se destacou como um dos maiores produtores de café do Estado do Espírito Santo. No entanto, os anos 1990 trouxeram desafios para a economia local, com a queda acentuada nos preços do café. Muitos produtores, em busca de novas oportunidades, decidiram migrar para outros estados das regiões Norte e Centro-Oeste. Esse movimento não diminuiu a importância do café, que seguiu como o carro-chefe da economia, mas abriu espaço para a diversificação agrícola, incluindo o cultivo de eucalipto e banana.
A emancipação política de Alto Rio Novo ocorreu em 11 de maio de 1988. O movimento pela independência administrativa enfrentou resistência, com campanhas contrárias organizadas por grupos interessados em manter a região vinculada a Pancas. A disputa chegou a ter um avião lançando folhetos sobre o território de Alto Rio Novo, tentando influenciar a votação negativa no plebiscito. Desde então, Alto Rio Novo tem avançado em diversas áreas, mantendo sua vocação agrícola, especialmente na produção de café conilon, que se destaca pela excelência e pela qualidade. O café de Alto Rio Novo tem alcançado reconhecimento em competições nacionais, figurando entre os melhores do país. Esse sucesso é resultado de um esforço coletivo, envolvendo as famílias de agricultores, a Prefeitura Municipal e o Incaper, que implementaram iniciativas para elevar os padrões da produção local. A criação de uma sala de degustação e classificação dos grãos no município simboliza esse compromisso com a qualidade, permitindo que os produtores aprimorem seus processos e se posicionem no mercado com um produto de alta categoria.
Além do destaque no setor cafeeiro, Alto Rio Novo oferece uma riqueza natural que encanta moradores e visitantes. O relevo acidentado, com altitudes que variam de 500 a 900 metros, proporciona um clima ameno, com temperaturas entre 12°C e 32°C, além de belas paisagens formadas por montanhas, rios e cachoeiras. Entre os pontos turísticos mais visitados estão o Pico dos Abelheiros, com seus 900 metros de altitude, a Piscina do Marcinho, o Sítio Roda D’Água, o Circuito de Cachoeiras Costela de Adão e a Igreja Católica de São José (Matriz), na Praça Carlos Manoel Clem, que além de um ponto turístico, também é um importante marco cultural e religioso, refletindo a fé e a história dos habitantes. Eventos como o Festival de Inverno celebram a música, a gastronomia e o espírito acolhedor da cidade, atraindo turistas que desejam conhecer a riqueza natural e a hospitalidade de seu povo.
Baixo Guandu:
Os primeiros movimentos de povoação do território de Baixo Guandu, antiga jurisdição do município de Colatina, ocorreram em 1875 quando o major José Vieira de Carvalho Milagres, veterano da Guerra do Paraguai (1864 – 1870), se instalou na confluência do Rio Doce e Rio Guandu e ali estabeleceu o núcleo que deu origem à cidade. A colonização da região, iniciada pelo major Milagres, teve sua base sedimentada no trabalho de imigrantes europeus de várias procedências, a partir do antigo núcleo colonial de Afonso Pena, atual distrito de Ibituba.
Desmembrado de Colatina no início do século passado, Baixo Guando foi elevado à categoria de município pela lei estadual nº 6152, de 10 de abril de 1935. A última divisão territorial data de janeiro de 1979 – quando então o município passou a ser constituído de cinco distritos: Baixo Guandu, Alto Mutum Preto, Ibituba, KM 14 e Vila Nova de Bananal – permanecendo assim até os dias atuais.
A colonização da região do atual município de Baixo Guandu teve início entre o final do século XVIII e começo do século XIX, período marcado pelas bandeiras que adentravam o interior brasileiro. O lugar era um importante ponto de parada para os bandeirantes, oferecendo ótimos resultados de caça e, no leito do rio Doce, pescado e água. Conflitos entre os viajantes (muitos oriundos do Rio de Janeiro) e os indígenas conhecidos como botocudos, habitantes originais da região, eram constantes e para evitá-los criaram-se, no ano de 1800, os chamados "quartéis". Foram estes conflitos que fizeram com que fracassassem todas as tentativas governamentais de povoamento até meados da década de 1860.
Em 1859, criou-se a mando de D. Pedro II o chamado Aldeamento do Mutum, situado na foz do rio Mutum Preto, cujo objetivo era catequizar os indígenas, que pouco tempo mais tarde foi desativado devido à precariedade e a ataques dos próprios indígenas. Na década de 1870 o lugar passou a ser ocupado por fluminenses de Cantagalo sob incentivo de José Vieira de Carvalho, que apostava nas riquezas naturais da região do rio Doce e necessitava de terras novas onde aplicar sua atividade. Os fluminenses foram responsáveis pela criação de diversas colônias, onde floresciam culturas de cereais, cana de açúcar e, nas terras mais altas, o café. Outro fator que favoreceu o desenvolvimento do lugar foi o fato de estar localizado no meio de uma das principais vias (por terra e por rio) que ligava o interior mineiro aos portos do litoral capixaba, sendo que em 1907 chega à localidade os trilhos da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). Também nesta época chegam os primeiros imigrantes, a grande maioria italianos. O chamado Núcleo Colonial "Afonso Pena" foi repartido em lotes que foram vendidos aos italianos, franceses e espanhóis.
Dado o crescimento populacional e econômico constante da localidade, foi criado, pela lei estadual nº 1.045, de 9 de dezembro de 1915, o distrito de Baixo Guandu, subordinado ao município de Colatina. O distrito foi elevado à categoria de município pela lei estadual nº 6.152, de 10 de abril de 1935, sendo oficialmente instalado em 8 de junho do mesmo ano. Desde a criação do distrito muitos movimentos separatistas atuaram em prol da elevação de Baixo Guandu à categoria de cidade.
Baixo Guandu foi a primeira cidade brasileira a receber água tratada com flúor em 1953, com o intuito de diminuir a incidência de cáries, principalmente entre as crianças. O benefício foi alcançado pela administração guanduense que tentava alcançar o feito desde a década de 1940, quando foi iniciado o tratamento de água potável no Espírito Santo por meio do Serviço Especial de Saúde Pública.
Desde 1926 Baixo Guandu possuía uma usina hidrelétrica, a Usina Hidrelétrica Von Luztow, construída por Belarmino Pinto. Esta foi expandida na década de 50, cujas obras foram executadas pela Luztow S.A.; concluídas com auxílio da Cia. Vale do Rio Doce após uma crise. Baixo Guandu contou com dois marcos culturais em sua história. O Cine Alba foi construído pelas famílias Holz e Kunkel e inaugurado em 1954, sendo então considerado a melhor casa do gênero no estado; havia 800 cadeiras estofadas com modernos sistemas de som, iluminação e ventilação. Além das atrações cinematográficas, também era um dos principais palcos de shows com artistas regionais ou nacionalmente conhecidos, porém veio a ser fechado na década de 1990. O outro marco continua em funcionamento e é o Canaã Social Clube, inaugurado em 10 de abril de 1953. Inicialmente era frequentado exclusivamente pela elite social, porém com o passar do tempo se tornou uma das principais áreas de recreação, integração e lazer do município. Em 2000 passou por reformas e ampliações, porém mantendo sua arquitetura e modelo original.
Pancas:
A área onde está situada o atual município de Pancas começou a ser colonizada em 1918, quando forasteiros vindos de Minas Gerais estavam à procura de terras férteis e adequadas à agricultura. Esses colonizadores se afixaram na localidade e, aliados a imigrantes alemães, iniciaram o cultivo do café. Devido ao desenvolvimento observado, criou-se o distrito denominado "Nossa Senhora da Penha" pela lei estadual nº 1.486 de 5 de setembro de 1924, subordinado a Colatina. Pela lei estadual nº 9.222 de 31 de março de 1938, a localidade foi renomeada para "Santa Luzia".
Em 31 de dezembro de 1943, pela lei estadual nº 15.177, o então distrito passou a se chamar "Pancas". Sua emancipação foi decretada pela lei estadual nº 1.837 de 21 de fevereiro de 1963, instalando-se a 13 de maio do mesmo ano. A data de instalação, 13 de maio, é considerada o dia do aniversário da cidade. A influência cultural deixada pelos imigrantes europeus ainda é visível, sendo expressa em hábitos e costumes diversos pelos descendentes. A língua pomerana, que tem mais descendentes no distrito de Lajinha, inclusive, é cooficializada na cidade.
Quando o município foi emancipado era composto pelos distritos de Alto Rio Novo e Lajinha, além do distrito-sede. Pela lei nº 1.919 de 31 de dezembro de 1963, foram criados os distritos de Palmerino e Vila Verde. Contudo, Alto Rio Novo foi emancipado pela lei estadual nº 4.071 de 11 de maio de 1988, decreto que também incorporou Palmerino como distrito do novo município. Assim, restaram a partir de então os distritos de Lajinha, Pancas (sede) e Vila Verde.
São Domingos do Norte:
São Domingos data o início de sua história por volta do ano de 1920 onde cinco imigrantes provenientes da região de São Gabriel da Palha (Bertolo Malacarne, Francisco Malacarne, José Mesquita, João Francisco e Nelson Pinto da Costa) desceram pela cachoeira da onça, no rio São José, onde encontraram uma afluente (atual rio São Domingos) e resolveram seguir contra a jusante no objetivo de encontrar um bom lugar para erguer um povoado. Num dia sem alimento, comeram Sabiá, fato que deu nome ao atual lugar de Origem: "Sabiá". Não sabendo que este Córrego já estava batizado de São Gonçalo, batizaram-no de Córrego São Domingos, por ser numa tarde de domingo, em junho de 1926. Bertolo Malacarne, filho de imigrantes italianos, foi um colonizador que atuou por todo o norte do Espírito Santo, tendo registros de sua atuação em Marilândia, Governador Lindenberg, São Gabriel da Palha, Ecoporanga e Barra de São Francisco. Bertolo colonizou todo o vale do córrego São Domingos, desde a atual entrada de Novo Brasil (distrito de Governador Lindenberg) até o Rio São José, onde se instalou as tradicionais famílias de imigrantes: Covre, Dalmaso, Caetano, Fuzer, Silvestre, Taquetti, Venturim, Scaramussa, dentre outras italianas, alemãs e principalmente polonesa. Para o núcleo do povoado, Bertolo trouxe na década de 1930, muitos aventureiros, se destacam Clário Espíndula, Henrique Santana e Orlando Bortolotti.
Por muitos anos, o lugar mais povoado e mais importante foi o Sabiá mas a antiga estrada para Águia Branca começou deslocar novos imigrantes para onde hoje é a Sede Municipal de São Domingos do Norte que a partir de 1940 teve um rápido crescimento populacional. Em 1956 passou a ser oficialmente distrito da cidade de Colatina, emancipado em 1958, o prefeito de Colatina da época, Raul Gilbert, recorreu à justiça e reverteu a emancipação. Na segunda metade do século XX, São Domingos foi uma região muito próspera tendo sua economia baseada em colheira e beneficiamento de café, mas após os anos 1980, a popularização da estrada que liga Colatina à São Gabriel, dois importantes centros urbanos próximos à são Domingos, tirou a evidência e o crescimento da cidade que conta hoje com um dos menores crescimentos urbanos do Estado do Espírito Santo. Em 1990 o distrito se desmembra da cidade de Colatina e se emancipa definitivamente com o nome de São Domingos do Norte.
São Gabriel da Palha:
O ano era 1914 quando a Europa se dividia em dois grupos, a Tríplice Entente (acordo entre França, Grã-Bretanha e Rússia) e a Tríplice Aliança (Alemanha, Austrália e Itália), para disputar suas zonas de influência na Ásia e em alguns territórios europeus, começa aí uma guerra em torno da disputa econômica. Em todos os países a opinião pública encontrava-se dominada por uma ardente febre nacionalista, nesse caso o menor incidente poderia servir de estopim.
O estopim foi aceso e a bomba estourou, e vivendo entre os horrores de uma Europa destruída, banhada pelo sangue de milhões de inocentes, a única solução encontrada por muitas famílias foi a fuga para o Brasil. Mas para chegar a América do Sul os imigrantes passaram por toda sorte de privações e dificuldade, desde a desvalorização de seus bens na Europa, até a chegada as terras brasileiras onde eles foram surpreendidos com o calor de um país tropical, diferente do frio da europeu.
Nessa fuga para o Brasil vieram europeus, alemães e italianos que se encontraram com o indígena. E assim na dura fase do pós-guerra, chegava em Colatina uma caravana de imigrantes, coordenada pelo senhor Bertolo Malacarne, ele havia recebido a missão de desbravar o Norte daquela região, (hoje São Gabriel); o objetivo era formar um patrimônio que serviria como ponto estratégico para continuar sua missão.
A caravana montou acampamento em uma mata ocupada por indígenas conhecidos como botocudos que habitavam o local, esse lugar hoje é o bairro Cachoeira da Onça. Mas a luta pela colonização estava apenas começando, um surto de impaludismo e malária veio para dificultar os planos do desbravador, eles então foram mais ao norte, chegando as margens de um córrego, onde a terra fértil alimentava a esperança na formação de um vilarejo.
Iniciou-se então o desmatamento as margens do córrego, onde próximo dali encontrava uma aldeia de indígenas guaranis, nesse local foram definidas as áreas do lotes e construídas as casas dos colonizadores. A primeira casa foi a do senhor Anísio Mathias, que desempenhava a função de fiscalizar e impedir invasões e determinar a ocupação dos lotes pelas famílias, que deveriam num prazo de cinco anos construir sua casa, sob pena de ter seu lote transferido para outra família.
De acordo com os registros os primeiros habitantes do vilarejo foram as famílias de Horácio Coutinho, Cristóvão Barbosa, José Braga, João Gregório, Batista Bragatto, Étori Dalton, Pedro Ângelo, João Spadetti, Virgílio e Jeronimo Camatta, Luiz e Vicente Colombi, Antônio Zani, Pedro Tartáglia e Telemaco Scalfoni. Na década de 30 foi firmado um acordo entre a Polônia e o Governo do Estado, estabelecendo a vinda de 400 famílias polonesas (Companhia Polonesa), para essa região, eles chegaram em Águia Branca e logo foram se espalhando pela região, a cada dois meses chegava em média 30 famílias, entre elas veio a família Glazar.
Corria o ano de 1935 e finalmente o progresso se tornava realidade, a partir dai a Vila de São Gabriel contava com a assistência de um padre, o vigário era Franciszek Sokol e também da professora Ana Cavatti Colombi, (dona Anita), as aulas eram dadas numa “casinha” onde hoje é o Hotel D´Lorence.
A década de 40 foi também de grande importância para o progresso, uma vez que em 1941 chegou o primeiro farmacêutico, senhor Antônio de Souza. Em 1946 foi inaugurada a primeira estrada que ligava Colatina á São Gabriel. Nessa mesma data foram eleitos Eduardo Glazar, José Policarpo (Mineirinho) e Dr. Fernando Serra, esses foram os três primeiros vereadores que representavam a vila de São Gabriel na Câmara de Colatina. Em 1949 São Gabriel passa a ser distrito de Colatina, o primeiro tabelião foi Ernani Souza Cardoso.
Quanto a denominação do nome do município existem duas versões que até hoje motiva discussões, a primeira e mais conhecida é que na época da colonização havia um pescador chamado Gabriel e pescava no Rio São José, com sua morte a população resolveu homenageá-lo. Já a Segunda e melhor aceita conta que quando Bertolo Malacarne chegou aqui era dia de Arcanjo Gabriel e daí o nome surgiu o nome São Gabriel, quanto ao complemento da Palha, veio do fato das casas construídas serem cobertas com palha de coco, somente em 1937 foram surgiram as casas de alvenaria.
No ano de 1952 iniciou-se a construção do primeiro cinema, de propriedade de Wicente Glazar e família, o filme da inauguração em 1955 foi O conde de Monte Cristo, o Cine Estrela funcionou até o ano de 1986. Em 1960 a possível emancipação do distrito de São Gabriel não agradou os colatinenses, comerciantes e grupos estudantis deram início a protestos contra a emancipação; mas o desenvolvimento da vila era muito grande e sua representação política lutava para o ato. Em 20 de agosto de 1962 a indicação assinada pelos vereadores Eduardo Glazar, José Policarpo (Mineirinho) e Raulino Costa, na Câmara de Colatina pedia a emancipação de São Gabriel. Uma comissão liderada por Glazar foi montada para ajudar na articulação com o prefeito de Colatina e os demais vereadores, pois havia resistência em emancipar a Vila de São Gabriel; nela participaram os senhores Sebastião Pereira do Nascimento (Tatão), Romeo Joaquim de Souza, Antônio Guerra, Alberto Antônio da Silva, Antônio Genelhú e Ely Cardoso.
Um mês depois, a indicação foi aprovada, e em 02 de novembro através da Lei 1.837/63 a Assembleia Legislativa aprovou a criação do município de São Gabriel da Palha no dia 21 de fevereiro emancipando São Gabriel de Colatina, o ato de instalação porém foi feito em 14 de maio de 1963, na época o Governador do Estado era o senhor Francisco Lacerda de Aguiar (Chiquinho); ali se consolidava o sonho de Bertolo Malacarne. Em São Gabriel da Palha está localizada a sede da maior cooperativa de café do País, a Cooabriel, fundada no dia 13 de setembro de 1963, quatro meses após a emancipação do município de São Gabriel da Palha, 38 cafeicultores constituíram a Cooabriel.
Nesse mesmo ano antes da eleição pelo voto direto, foi nomeado prefeito o senhor Mauro Ribeiro Garcia, que era funcionário da Coletoria Estadual. Em 1964 Garcia foi substituído por José Sebastião Lacerda, que em 1965 passou o cargo ao Tenente do Exército, Petrolino Barbosa de Souza, este permaneceu no cargo até o ano de 1966, quando foi realizada a primeira eleição para prefeito e vereadores.
No ano de 1965 chega a energia elétrica por meio da Empresa Luz e Força Santa Maria no município. Em 1967 a principal rua, hoje Avenida Graciano Neves, recebe o calçamento de paralelepípedo. Em 30 de maio de 1968 foi inaugurado o serviço de abastecimento de água sob convênio da Prefeitura com a Cesan.
Eduardo Glazar (MDB) e Mineirinho (ARENA) disputaram a primeira eleição, Glazar saiu vencedor, e em 31 de janeiro de 1967 tomou posse junto com seu vice Jovelino Souza Valentim. Os primeiros vereadores eleitos foram José Pereira, Batista Colombi, Ulriche Justo Milke, Cedemir Caprine, Jaimes Silva, Alvaro Lessa, José Pagani, Dário Martinelli e Eduardo Fischer.
Em 1971 foi realizada a segunda eleição e foi eleito Dário Martinelli.
Em 1973 Eduardo Glazar é eleito novamente.
Em 1977 Dário Martinelli é eleito para o seu segundo mandato dando continuidade ao desenvolvimento do recém criado município.
Em 2005 foi eleita Raquel Ferreira Mageste Lessa, a primeira mulher a chefiar o Poder Executivo, Raquel foi reeleita em 2009.
Fontes: sites das prefeituras, Câmaras municipais e wikipédia.
Informações sobre a Região Nordeste do ES:
A microrregião Centro-Oeste é composta por dez municípios, a saber: Alto Rio Novo (7.434), São Gabriel da Palha (32.252), Vila Valério (13.728), Colatina (119.992), Baixo Guandu (30.674), São Domingos do Norte (8.589), Governador Lindenberg (11.009), Marilândia (12.202), São Roque do Canaã (10.889) e Pancas (18.893). A região ocupa 12,16% do território estadual e apresenta uma população estimada em 265.662 habitantes (IBGE, 2022), o que representa cerca de 7,1% da população total do estado. A região tem uma densidade média de 50,10 hab/km², se comparada à densidade do Espírito Santo, que é de 86,19 hab/km². Apresenta forte fator logístico de integração com a presença de uma das principais rodovias do Espírito Santo, BR 259, e a Estrada de Ferro Vitória a Minas. O município de Colatina se destaca no contexto da microrregião e área de influência pelo fornecimento de bens e serviços, especialmente na área da Saúde e Educação Técnica e Superior.
O PIB da microrregião corresponde a 5,33% do PIB estadual, sendo que na composição do PIB por setores, destacam-se as atividades de serviços, com 64%, seguido pela indústria, com 20%, impostos líquidos de subsídios sobre produtos, com 10% e, por fim, a agropecuária, com 6%. O PIB per capita da microrregião Centro-Oeste é de R$ 20.463,12, sendo que do Espírito Santo é de R$ R$ 27.487,45. Quanto aos maiores PIBs per capita da microrregião, destaca-se o município de Colatina, com R$ 26.270,72, seguido pelos municípios de São Domingos do Norte (R$ 25.862,16) e Baixo Guandu (R$ 20.780,92), nesta ordem. O menor PIB per capita da região é do município de Pancas, com R$ 9.047,41.
A receita liquida da microrregião Centro-Oeste é de R$ 2.327,46, que é próxima da receita líquida do estado do Espírito Santo (R$ 2.524,19). No contexto dos municípios que compõem a microrregião, a maior receita líquida per capita é a do município de São Domingos do Norte, com R$ 3.263,98, seguido pelos municípios de Vila Valério (R$ 2.828,21) e Alto Rio Novo (R$ 2.613,83). 1 O Índice Firjan, que define emprego e renda, apresenta nos municípios da microrregião Centro-Oeste valores entre 0,261 a 0,684, portanto, valores considerados de baixo (de 0 a 0,4) a moderado desenvolvimento (0,4 a 0,6). O maior Índice Firjan de Emprego e Renda é do município de Colatina, com 0,684, seguido pelos municípios de São Domingos do Norte e São Gabriel da Palha, com 0,597 e 0,556, respectivamente. Vale ressaltar que o município de Colatina apresenta o mais alto PIB per capita e o maior Índice Firjan de Emprego e Renda da região, mas uma receita líquida per capita média relativa de R$ 2.422,87.
Todos os municípios da região apresentam Índice Firjan de Saúde nas categorias moderado (0,6 a 0,8) e alto desenvolvimento (0,8 a 1). Os melhores Índices Firjan de Saúde referem-se aos municípios de Governador Lindenberg (0,934), seguido pelos municípios de Vila Valério (0,901) e Alto Rio Novo (0,889). O município de São Gabriel da Palha apresenta o menor Índice Firjan de Saúde, com 0,683. Quanto ao Índice Firjan de Educação, todos os municípios da microrregião Centro-Oeste estão bem posicionados na categoria alto desenvolvimento, cujos valores variam entre 0,899 e 0,805. O maior Índice Firjan de Educação também é do município de Governador Lindenberg, com 0,899, seguido pelos municípios de Marilândia e Colatina, com 0,897 e 0,888, respectivamente.
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que mensura o desenvolvimento humano com base em três dimensões – longevidade, escolaridade e renda –, apresenta para o Espírito Santo o valor de 0,740, considerado de alto desenvolvimento humano. O IDHM dos municípios da microrregião Centro-Oeste varia entre 0,746 e 0,664, valores considerados de alto (0,700 a 0,799) e médio desenvolvimento (0,550 e 0,699). O município de Colatina é o que apresenta maior IDHM (0,746), e em seguida, São Gabriel da Palha (0,709), Baixo Guandu (0,702) e São Roque do Canaã (0,700). Os demais municípios apresentam IDHM médio, sendo que o menor IDHM é do município de Alto Rio Novo (0,644). 3 O Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) é mensurado com base em três dimensões: Infraestrutura Urbana, Capital Humano, Renda e Trabalho. O indicador auxilia no enfrentamento das desigualdades e oportunidades. O Espírito Santo apresenta um IVS baixo, de 0,274, portanto, o estado apresenta baixa vulnerabilidade. A maioria dos municípios acompanha o Espírito Santo com um IVS baixo (de 0,200 a 0,300), com exceção de Baixo Guandu, que apresenta um IVS médio de 0,304. Portanto, no geral, a microrregião apresenta baixa vulnerabilidade social.
Quanto ao atendimento dos serviços de saneamento da região, foram considerados três serviços básicos: abastecimento de água, coleta de lixo e coleta de esgoto. Os serviços básicos não estão universalizados, sendo que apenas 71% da população da microrregião é atendida por abastecimento de água da rede pública, 73% por coleta de lixo e 65% por coleta de esgoto. Em relação aos serviços de saneamento nos municípios, observa-se que Colatina lidera em todos os serviços com a maior cobertura da microrregião: maior percentual de abastecimento de água por rede pública, com 87,41%, coleta de lixo, com 89,81%, e coleta de esgoto, com 82,97%. O município de Vila Valério apresenta os menores percentuais de atendimento da microrregião nos serviços de abastecimento de água por rede pública, com apenas 32,71%, e coleta de lixo, com 35,20%. O município de Governador Lindenberg apresenta o menor percentual de coleta de esgoto, com 29,41%.
[fontes: IJSN, com dados de população atualizados com dados do IBGE 2022]