Entenda como a reforma tributária pode impactar trabalhadores e empresas
Alberto Nemer e Cássio Moro recebem Josiane Haese, consultora tributária e professora universitária

Nesta edição do Retrabalho, Alberto Nemer e Cássio Moro recebem Josiane Haese, consultora tributária e professora universitária, mestre em Contabilidade Tributária pela Fucape e doutoranda em Contabilidade e Finanças pela Ufes. O assunto é a reforma tributária e seus efeitos para empresas. São duas fases já anunciadas e entregues pelo governo ao Congresso Nacional. A primeira trata da unificação do PIS e Cofins, criando a Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS). Segundo Haese, a alíquota unificada deve ficar em torno de 12% e vai pesar mais para as empresas médias, ou seja, aquelas que não estão no Simples Nacional. Ouça:
Já a segunda fase da reforma tributária é relacionada à mudanças no Imposto de Renda e taxação de lucros e dividendos. No caso do Imposto de Renda, com a mudança da faixa de isenção, haveria um melhora para empresas com lucro médio de até R$ 20 mil por mês. Em relação aos trabalhadores, a faixa de isenção aumentaria de R$ 1,9 mil para R$ 2,5 mil - valor que, segundo a professora, continua defasado e deveria estar em torno de R$ 4 mil. No segundo posto, a taxação de dividendos deve afetar as grandes empresas, mas impacta em investimentos, contratação de pessoal e reajustes de salários. Isso poderia levar ao aumento da pejotização. "A pejotização está cada vez mais recorrente. Com a carga tributária mais pesada para empresas, elas buscam formas de reduzir os gastos. Pejotizar funcionários é uma dessas formas", afirma Josiane.