ES apresenta maioria de mulheres com deficiência e 51 mil autistas

Ouça entrevista com o diretor-geral do Instituto Jones Santos Neves, Pablo Lira

Vitória / Rede Gazeta
Publicado em 10/06/2025 às 11h15
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[Edicase]Crianças com autismo podem apresentar sinais nos primeiros anos de vida (Imagem: vetre | Shutterstock) . Crédito:

Na última semana, o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) lançou um estudo sobre a realidade de pessoas com deficiência e de pessoas diagnosticadas com Transtorno de Espectro Autista (TEA), em especial, no Espírito Santo. A análise, baseada nos dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), concluiu que o Estado apresenta maioria de mulheres com deficiência (7,9%). Também no Espírito Santo, 1,3% da população residente foi diagnosticada com autismo, o que corresponde a 51.328 pessoas. Em entrevista à CBN Vitória, o diretor-geral do Instituto Jones Santos Neves, Pablo Lira, detalha os números. Ouça a conversa completa!

Segundo a publicação, são consideradas pessoas com deficiência aquelas que apresentam ao menos uma das seguintes dificuldades funcionais: enxergar (mesmo com o uso de óculos), ouvir (mesmo com aparelhos auditivos), andar ou subir degraus (mesmo com próteses), pegar objetos pequenos ou abrir tampas (mesmo com aparelhos de auxílio), comunicar-se, cuidar de si, trabalhar ou estudar por limitações nas funções mentais. 

O estudo mostra que 7,3% da população brasileira com 2 anos ou mais de idade se enquadra no grupo de pessoas com deficiência, enquanto no Espírito Santo o percentual é de 7,2%. No recorte por sexo e raça, o Espírito Santo apresenta maioria de mulheres com deficiência (7,9%) e um índice de 11,4% entre indígenas. No cenário nacional, os percentuais são de 8,1% entre as mulheres e 8,6% na população amarela. Ao detalhar os tipos de deficiência, o levantamento revela que a dificuldade permanente para enxergar, mesmo com o uso de óculos ou lentes, é a mais frequente tanto no Brasil quanto no Espírito Santo, com 4% e 3,9% respectivamente. 

Outro dado relevante é a taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência com 15 anos ou mais. O Piauí lidera com 38,78%, enquanto o Espírito Santo apresenta 19,49%. Quando o recorte considera a população preta capixaba com deficiência, a taxa sobe para 25,51%. Já entre os indígenas com deficiência no Estado, a taxa de analfabetismo é de 24,39%. O estudo também avaliou as residências com pelo menos um morador com deficiência, registrando um percentual de 15,4% no Espírito Santo, ligeiramente abaixo da média nacional, que é de 16%. 

A segunda parte do levantamento se debruça sobre os dados de pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). No Espírito Santo, 1,3% da população residente — o equivalente a 51.328 pessoas — foi diagnosticada com autismo, proporção similar à do país, que registrou 1,2%, o que corresponde a 2.405.337 pessoas. Entre os indígenas capixabas, o percentual diagnosticado com TEA chega a 1,8%, superando o índice nacional entre os indígenas (1,5%) e o registrado entre a população branca no Brasil (1,3%). A prevalência também é maior entre os estudantes de 6 anos ou mais: 2,1% no Espírito Santo, frente a 1,7% no Brasil. No recorte por sexo, os homens representam 3,1% dos diagnosticados no Estado. O documento ainda detalha que 2,3% dos estudantes indígenas de 6 anos ou mais no Espírito Santo foram diagnosticados com autismo, quase o dobro do registrado no Brasil (1,1%).