Falta de chuva deixa municípios em atenção no ES; entenda os motivos

Acompanhamento Mensal do Monitor de Secas aponta piora nos indicadores: houve aumento da área com seca fraca no Estado e um agravamento da seca na Região Norte, que passou da classificação de fraca para moderada

Vitória / Rede Gazeta
Publicado em 30/08/2021 às 10h58
Barragem, seca, falta de chuvas
Barragem operando com volume útil abaixo da capacidade. Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A ausência de chuva vem influenciado o cenário de crise hídrica no Brasil e afetando diversos setores produtivos e sociais. No Estado, o Informativo de Acompanhamento Mensal do Monitor de Secas no Espírito Santo, elaborado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), devido à piora nos indicadores e ao volume de chuva abaixo da média, sinaliza que houve um aumento da área com seca fraca no Estado e um agravamento da seca na Região Norte, que passou da classificação de fraca para moderada. Em entrevista à CBN Vitória, o coordenador de meteorologia do Instituto, Hugo Ramos, fala sobre o cenário vivido pelas cidades capixabas.

No informativo do último mês, em julho, é trazido que "no Espírito Santo, devido à piora nos indicadores e a persistência de anomalias negativas de precipitação, houve o aumento da área com seca fraca (S0) no estado e o agravamento da seca no norte, passando de fraca (S0) para moderada (S1). Os impactos permanecem de curto prazo (C)". Estão em seca moderada, 27 municípios. São eles: Água Doce do Norte, Águia Branca, Aracruz, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Colatina, Conceição da Barra, Ecoporanga, Governador Lindenberg, Jaguaré, Linhares, Mantenópolis, Marilândia, Montanha, Mucurici, Nova Venécia, Pancas, Pedro Canário, Pinheiros, Ponto Belo, Rio Bananal, São Domingos do Norte, São Gabriel da Palha, São Mateus, Sooretama, Vila Pavão e Vila Valério.

Em seca baixa estão 51. Afonso Cláudio, Alegre, Alfredo Chaves, Alto Rio Novo, Anchieta, Apiacá, Atílio Vivacqua, Baixo Guandu, Bom Jesus do Norte, Brejetuba, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Conceição do Castelo, Divino de São Lourenço, Domingos Martins, Dores do Rio Preto, Fundão, Guaçuí, Guarapari, Ibatiba, Ibiraçu, Ibitirama, Iconha, Irupi, Itaguaçu, Itapemirim, Itarana, Iúna, Jerônimo Monteiro, João Neiva, Laranja da Terra, Marataízes, Marechal Floriano, Mimoso do Sul, Muniz Freire, Muqui, Piúma, Presidente Kennedy, Rio Novo do Sul, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa, São José do Calçado, São Roque do Canaã, Serra, Vargem Alta, Venda Nova do Imigrante, Viana, Vila Velha e Vitória.

E a vazão dos rios? O que diz a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh):

A Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) esclarece que não há situação de alerta decretada pelo Estado do Espírito Santo por conta da questão hídrica. No entanto, nesta fase mais intensa do período de estiagem (setembro-outubro), o Estado reforça o monitoramento e o nível de atenção quanto às vazões, que seguem abaixo da média, mas não atingem níveis críticos e prejuízos ao abastecimento humano.

Em todo o território capixaba, os rios estão com comportamento típico para os meses mais secos do ano (abril a outubro). No geral, eles estão com volume 50% abaixo da média histórica. A queda é observada com mais intensidade nos municípios do norte e noroeste do Estado.

O Monitor de Secas, da Agência Nacional de Águas (ANA), demonstrou os efeitos dessa queda em julho, mapeando o aumento da área com seca fraca no Estado e o aparecimento de seca moderada no norte capixaba. Os dados hidrológicos que sustentam o mapa no Espírito Santo são fornecidos pela Agerh. Nestes meses mais secos é sempre importante lembrar que a população deve adotar práticas racionais de uso da água em casa, na indústria e no campo.