Jornadas de trabalho mais longas favorecem risco de morte por doenças cardiovasculares

A entrevistada é a médica cardiologista Tatiane Emerich, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia no Espírito Santo (SBC/ES)

Vitória / Rede Gazeta
Publicado em 22/05/2021 às 12h22
OMS concluiu de trabalho longas aumentam chances de morte por doenças cardiovasculares
OMS concluiu de trabalho longas aumentam chances de morte por doenças cardiovasculares. Crédito: Freepik

Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), publicado na revista científica "Environment International", constatou que jornadas de trabalho longas aumentam significativamente as chances de morte por doenças cardiovasculares. A conclusão se baseia em dados de dezenas de pesquisas feitas em 154 países entre os anos de 1970 e 2018.

Segundo o estudo, trabalhar 55 ou mais horas por semana aumenta em 35% o risco de sofrer um derrame e em 17% o risco de morrer de doenças cardíacas, na comparação com jornadas de trabalho de 25 a 40 horas por semana. Com a pandemia da Covid-19, as jornadas de trabalho excessivas se agravaram.

O próprio diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, disse que com o teletrabalho, os limites entre casa e trabalho se tornaram confusos. Além disso, por conta da crise, muitas empresas foram forçadas a reduzir operações e sobrecarregar equipes, que passam a trabalhar mais horas.

Em entrevista à CBN Vitória, a médica cardiologista Tatiane Emerich, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia no Espírito Santo (SBC/ES), alerta para as jornadas de trabalho excessivas e destaca a importância de se aliar o trabalho ao equilíbrio do corpo e da mente, com atividade física e alimentação.

"Não é porque estamos em uma pandemia, em home office, que não pode-se fazer atividade física. Não deixe o exercício de lado. E também, antes da pandemia, dava-se a desculpa que de se comer mal porque se comia fora de casa todos os dias. Não tem mais essa desculpa. Tenha atenção à questão alimentar".