Rodoviários acusam GVBus de tentar desestabilizar movimento grevista

Presidente do Sindicato dos Rodoviários do Espírito Santo, Edson Bastos, afirma que há empresários intimidando trabalhadores nos pátios das empresas durante a greve. GVBus nega as acusações

Publicado em 28/12/2017 às 18h34
Atualizado em 21/05/2021 às 07h32
Viagem na linha 591 que faz a o trajeto entre o terminal de Campo Grande em Cariacica a Serra Sede durante a greve dos rodoviários . Crédito: Sullivan Silva
Viagem na linha 591 que faz a o trajeto entre o terminal de Campo Grande em Cariacica a Serra Sede durante a greve dos rodoviários . Crédito: Sullivan Silva

Após a Justiça do Trabalho ter negado o pedido dos sindicatos patronais das empresas de transporte público da Grande Vitória, GVBus e Setpes, para tornar ilegal a greve dos rodoviários, o presidente do sindicato da categoria, Edson Bastos, afirmou que a decisão já era esperada. Além disso, ele afirma que há empresários intimidando trabalhadores nos pátios das empresas durante a greve. O argumento dos sindicatos patronais é que os grevistas não estariam cumprindo a liminar que obriga a circulação de 70% da frota durante os horários de pico e de 50% nos demais horários.

O presidente do Sindirodoviários voltou a afirmar que os empresários tentam realizar manobras para induzir o movimento grevista ao erro. “O GVBus vem desde o começo tentando desestabilizar a categoria e o sindicato com notícias falsas, registrando ocorrência, falando que o sindicato está proibindo o trabalhador de sair. Nada disso acontece. Eles estão tentando desmobilizar, para ver se a gente fazia alguma besteira e descumpria a liminar.”

Edson Bastos também acusa empresários do sistema Transcol de tentarem intimidar os trabalhadores durante a greve. Na última quarta-feira (27), um empresário teria mandado trabalhadores saírem das garagens acima do quantitativo estabelecido para a greve. Na manhã desta quinta-feira (28), ele relata que houve ônibus que não puderam voltar para a garagem depois do horário de pico. “O trabalhador tem medo de perder o emprego. Se ele voltar para a garagem por conta própria, ele vai ficar marcado pela empresa e logo depois da greve e ele acaba sendo mandado embora.”

A respeito das afirmações feitas pelo presidente do Sindirodoviários, o GVBus informou, por meio de nota, que “as acusações não procedem e que a liminar determina um quantitativo mínimo de frota, no entanto, não fixa um percentual máximo. Dessa forma, o Sindirodoviários não pode impedir trabalhadores que não aderiram ao movimento de sair de dentro das garagens para trabalhar ou que permaneçam nas ruas cumprindo sua carga horária de trabalho.”

Sobre o fato de a Justiça do Trabalho ter negado a ação das empresas que pretendiam que a greve fosse considerada ilegal, os sindicatos patronais informaram que “após receberem a decisão proferida pelo desembargador Marcello Mancilha, sobre o pedido de incidente de abusividade de greve, GVBus e Setpes encaminharam o documento para apreciação dos seus respectivos departamentos jurídicos, que irão analisá-lo e indicar quais devem ser os próximos passos."

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de CBN Vitória.